Parlamento: saúde em debate
Debate sobre o setor da Saúde na primeira reunião do mês de dezembro: PAICV quer resultados das promessas eleitorais feitas pelo MpD
A Bancada Parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde considerou hoje ser evidente a necessidade de investir no Sistema Nacional de Saúde e exigiu resultados das promessas feitas pelo MpD durante a campanha eleitoral.
Ao intervir durante o debate parlamentar sobre a saúde, indicado pelo Grupo Parlamentar do PAICV, a Deputada Josina Fortes lembrou que este Governo prometeu aos cabo-verdianos o acesso universal e de qualidade à saúde, mas mais uma vez isso não passou de um slogan.
“O Governo não investiu, não está a investir, tem falhado a nível da organização. É um Governo que promete e não cumpre”, sustentou.
Enumerou promessas feitas em 2021 a nível de investimentos em infraestruturas de saúde para melhorar a qualidade dos serviços, que atualmente se encontram paradas e a deteriorar-se, nomeadamente “o centro ambulatório do Hospital Batista de Sousa, em São Vicente, cuja inauguração foi prevista para finais de 2021 e depois para 2022 e 2023, mas a obra está parada e a deteriorar-se, com uma derrapagem de mais de 100 mil contos”.
“Também em 2021 foi prometido que o Hospital Nacional de Cabo Verde estava a ser trabalhado, e que já tinha uma equipa do Ministério da Saúde, técnicos dos ministérios das Finanças e das Infraestruturas, e em 2022 iriam mostrar resultados. Queremos ver esses resultados, mas hoje nem sequer se mencionou esse hospital”.
Relativamente aos recursos humanos, “Em 2021 também foi prometida a introdução de mais de 500 quadros profissionais de saúde, e hoje, sob pressão, veio dizer exatamente a mesma coisa. Ou seja, este Governo já nem tem criatividade para mudar os números”.
A falta de planeamento também é evidente, de acordo com a Deputada Josina Fortes.
“Temos dois hospitais centrais que, inicialmente, deveriam garantir os mesmos serviços e acesso a todos os cabo-verdianos de norte a sul do país, mas trabalham a ritmos diferentes. Num temos três especialistas em neurocirurgia, três especialistas em anatomia patológica, serviço de oncologia, entre outros, e noutro não temos nenhum profissional”.
Também questionou quando será feito o investimento em médicos e especialistas nacionais, para que o país deixe de depender da cooperação de médicos estrangeiros.
A Deputada também quis saber da Ministra Filomena Gonçalves sobre o estado das promessas do Centro de Saúde da Assomada de Santa Catarina, do Centro de Saúde da Achada de São Miguel e do Sistema de Informação Sanitária.
Para concluir, lembrou ao Governo que foi a própria representante das Nações Unidas a afirmar que houve um retrocesso no setor da saúde. “Um retrocesso nas doenças não transmissíveis, como o cancro, doenças respiratórias e doenças cardiovasculares, sabendo que estas últimas estão entre as principais causas de morte entre nós”.”

